quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Samba na rua. Coisa da antiga ou ainda existe? "Nosso Samba ainda é na rua"

Esta em extinção não. Transcrevo materia postada pela Eugenia Rodrigues da Agenda Samba-Choro que é texto da Roberta Martins que vale ficar registrada. Aproveite e veja os comentarios,comprovação que o Samba vai muito bem obrigado.  

Por Eugênia Rodrigues - Publicada em 20 de Dezembro de 2010
Assunto: Outros
"Nosso samba ainda é na rua" é o nome do artigo escrito pela cientista social Roberta Martins no Boletim do Coletivo de Produção Cultural Aracy de Almeida. Em tempos de Choque de Ordem, é uma reflexão deveras pertinente.
"Nosso samba ainda é na rua"
Roberta Martins

´Hoje a gente nem se fala, mas a festa continua/Suas noites são de gala, nosso samba ainda é na rua´.
Chico Buarque
Peguei emprestado esse pequeno trecho de ‘Quem te viu, quem te vê’ , para começar a falar de samba que rola na rua. Por todo o Rio são muitas os locais onde se pode curtir um bom samba. Em casas de show, bares, clubes, teatros, lonas culturais, armazéns a até mesmo sedes de sindicato, são muitas as opções e possibilidades pra quem quer cantar e sambar por aí. Isso sem falar das Escolas de Samba, em cujas quadras, o baticum corre solto.
Mas, a cidade ferve também com as Rodas de Samba que acontecem por ruas e praças, e que expressam de certa maneira uma das mais genuínas formas de fazer samba carioca. Samba feito na rua, onde quem quiser pode chegar.
Observando por um aspecto muito particular, esse modo de realização cultural que acontece na via pública, pode ser visto como um modo de resistência cultural. Apesar de o samba estar muito bem no mercado cultural – Obrigado! – o encontro possibilitado por esse tipo específico de evento cria uma espécie de sistema próprio de afirmação da identidade popular e democrática da cultura do samba. E implicitamente rejeita os discursos que dão explicações de que o samba é um fenômeno, com a sobrevivência consentida e realizada apenas para o consumo.
Quando falo de esquinas e praças, estou na realidade falando de locais onde se dão relações sociais que não são mediadas pela lógica do consumo, a rua, a praça, a via pública são lugares de encontro entre pessoas, espaços relacionais.
Mas, essa prática vem de muito tempo. Lá pelo início do século passado a praça era o lugar do samba na cidade, o melhor exemplo, no caso do samba é da Praça Onze. Da casa de Tia Ciata, e para além do interior do espaço ‘privado’ de suas dependências, se tornou ponto de encontro dos moradores de vários morros, da população pobre e majoritariamente negra e acabou por confundir-se a existência da praça ao samba. Favorecendo a expansão da territorialidade cultural do samba, e disseminando as rodas de samba, blocos, cordões e posteriormente as Escolas de samba.
Lembrando o samba de Herivelto Martins e Grande Otelo, vê-se a comoção com o fim desse espaço do povo e do samba.

" Vão acabar com a Praça Onze
Não vai haver mais Escola de Samba, não vai
Chora o tamborim
Chora o morro inteiro
Favela, Salgueiro
Mangueira, Estação Primeira..."

Hoje o samba ainda rola na rua, não rivaliza, agrega, não esvazia casas onde se faz samba de maneira profissional, ao contrário, atrai cada vez mais admiradores ao samba. Em locais diversos espalhados pela cidade, e só para citar alguns: o Escravos da Mauá, as Rodas de Samba da Pedra do Sal, o Samba de domingo na Feira da Glória, o Samba da Rua do Ouvidor, Praça São Salvador... os ensaios de rua das Escolas de Samba..."
comentarios: http://www.samba-choro.com.br/noticias/25070
fonte: http://www.samba-choro.com.br/

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Pixinguinha por Altamiro Carrilho

Pesquisando acerca da carreira artistica do Zé da Velha, achei esta entrevista do Altamiro Carrilho opinando e questionando a unanimidade de Pixinguinha, suas composições fáceis e indoceis, que vale registrar.

Altamiro Carrilho fala sobre Pixinguinha e o choro

Com 60 anos de carreira, o flautista Altamiro Carrilho teve o privilégio de conviver com os músicos que ajudaram a definir o chorinho como um estilo genuinamente brasileiro. Pixinguinha, que ele conheceu pessoalmente na década de 40, foi uma dessas importantes figuras do cenário típico da Música Popular Brasileira que influenciou o músico.
Em entrevista exclusiva ao professor Raul Costa d'Ávila, Carrilho fala como conheceu Pixinguinha e demonstra todo o seu amor pelo choro, que segundo ele, apesar dos altos e baixos, nunca vai morrer.
Raul - Na época em que iniciou sua carreira no Rio de Janeiro, o choro vivia uma fase áurea. Como foi seu primeiro contato com Pixinguinha, que já era um artista consagrado?

Altamiro Carrilho - O contato com ele foi casual, muito feliz e bonito. Convidado por um amigo comum, o Donga, assisti a uma célebre festa de aniversário de Pixinguinha, na década de 40, entre os anos de 1946 e 1948, não lembro direito. Os músicos que iam para lá eram da melhor categoria. Bandoneonistas, flautistas, cantores, gente de rádio, todo mundo. Era uma grande festa, porque ele morava em uma grande casa, com quintal. Então numa dessas eu fui como convidado do Donga. Cheguei lá e encontrei o Nelson Miranda, o Luperce Miranda, uma turma enorme e qual foi a minha surpresa: um dos meus ídolos estava lá. Deles todos o que eu mais admirava era Benedito Lacerda, sem menosprezar ninguém. Ele foi um criador de um estilo novo, uma maneira nova de tocar, tinha um swing leve, alegre, sutil, com balanço rítmico impressionante, isso fazia a diferença. O próprio Pixinguinha sabia disso, tanto é que passou a tocar saxofone, nem pegou mais na flauta, e formou aquela dupla famosa com ele. Agora, Pixinguinha é aquele monstro sagrado que compôs uma variedade de choros fantásticos. Acho que nenhum autor fez tantos estilos dentro de um gênero de música, tanta coisa diferente, do Carinhoso a Gargalhada, ele fez tudo que tinha direito.
Raul - O que mais te impressionava quando ouvias ele tocar flauta?
AC - Eu nunca ouvi Pixinguinha tocar. Ele parou em 1943 e gravou muito pouco. Era muito difícil ouvi-lo até no rádio. Quando a gente conseguia ouvir uma gravação no rádio - uma coisa tão difícil de acontecer - a gente até pedia para ouvir de novo.
Raul - É unânime a opinião de que Pixinguinha era uma homem generoso, humilde e muito simpático. Você que conviveu com ele, pode comentar, um pouco, sobre o lado humano do músico?
AC - Foi um homem muito bom, justo. Aquele cara que é justo e muito injustiçado, exatamente por ser assim. Ele também deveria receber compreensão geral, apoio geral, merecia receber homenagens em vida. Ao contrário do que muita gente pensa, ele não era bobo, ingênuo, ele era muito inteligente. O Almirante (apresentador e produtor de programas de rádio na Tupi e diretor do Bando dos Tangarás), dizia que Pixinguinha era uma águia. No sentido de ver a coisa de longe. Ele pressentia, tinha uma premonição, sabia as coisas que iriam acontecer e procurava sair, ficar de lado e não interferir. Dentro daquela simplicidade dele ele era muito perspicaz, muito inteligente.
Raul - Na história da MPB, mais particularmente do choro, pode-se dizer que Pixinguinha foi um divisor de águas, isto é o Choro antes e depois dele. Você concorda com esse pensamento? O que mais lhe chama a atenção na estética musical concebida por Pixinguinha?
AC - Não concordo totalmente. Ele deu uma contribuição valiosíssima. Porque nós tivemos compositores muito bons de choro. Tivemos Henrique Alves de Mesquita, Nazareth, Chiquinha Gonzaga. Acho que ele foi um dos melhores compositores de choro. Eu, particularmente, não gosto de dizer fulano é o rei, o maior do mundo. Cada um no seu estilo é bom. Eu estou falando por mim o que eu sinto. Na obra de Pixinguinha você procura, como eu disse há pouco, de Carinhoso a Gargalhada. Carinhoso como facilidade e Gargalhada como dificuldade. Denota que há um leque, uma abertura de estilos. Um choro tem uma característica, um segundo tem outra e assim por diante. Essa facilidade de trabalhar todos esses campos simultaneamente, tipo Um a zero, mostrando toda a versatilidade, toda a técnica. Por exemplo, ele compôs uma música como Carinhoso com poucas notinhas, harmonia andando e a melodia permanecendo uma pequena repercussão de frases e fez uma coisa monumental. Daí ele faz o Ingênuo, que já é um pouco mais malicioso, tem umas modulações imprevisíveis. Compôs Os oito batutas, com aqueles intervalos difíceis para flauta, um Si agudíssimo. Quer dizer que não é qualquer flautista que pode tocar a música de Pixinguinha. Isso é a versatilidade dele. Daí a se dizer que ele foi o máximo, não é assim. Não podemos esquecer de um Porfílio Costa, de um Caximbinho. São tantos que eu ficaria uma noite inteira falando. O gaúcho Rubens Leal Brito, por exemplo, tocava um piano como ninguém. Agora pouca gente o conhece. Ele compôs aquele choro Modulando, que passa por toda a escala musical. Todos os tons que você possa imaginar, a melodia passa por eles sem chocar. De uma maneira brilhante.
fonte: http://www.abraf.art.br/
- foto: acervo Juliao Boemio - Altamiro Carrilho e Juliao Boemio em Curitiba.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

23 de abril - Dia de Pixinguinha - Dia Nacional do Choro

Folha imagem

- Se você tem 15 volumes para falar de toda música brasileira, fique certo de que é pouco. Mas se dispõe apenas do espaço de uma palavra, nem tudo está perdido. Escreva depressa: "Pixinguinha".

Ary Vasconcelos

Em janeiro de 2010 estava na praia no falecido Cimples Ócio Caioba, no litoral paranaense, espaço entre outras coisas de divulgação de Samba e Choro e acabei criando um clima tenso com um dos garçons -  quando pedi, irritado para ele não mexer na musica ambiente. Alegou que o clientes haviam pedido para trocar - era Pixinguinha tocando com uma orquestra sinfonica, quase quatro (4) min de musica. Fui pessoalmente perguntar quem estava incomodado, e duas pessoas identificadas. Expliquei que era um disco e costumavamos toca-lo inteiro e aquela seria a ultima musica. O mais jovem, 20 a 22 anos  não sabia quem era Pixinguinha. Tudo que li até hoje insere Pixinguinha como um maiores, senão o maior colaborador de nossa música. Feito isto, segue alguns sitios com informação sobre São Pixinguinha.

http://www.mundolusiada.com.br/COLUNAS/ml_coluna_031.htm


http://www.pixinguinha.com.br/sitio


http://www.samba-choro.com.br/s-c/pixinguinha.html


http://docs.google.com/viewer?a=v&q=cache:3J-tD0gwlgoJ:www.hist.puc.cl/iaspm/baires/articulos/heringcoelho.pdf+pixinguinha+em+Curitiba+1919&hl=pt-BR&gl=br&pid=bl&srcid=ADGEESgfPuYm9UmBsla45-cFX1-ZzCpgni5sphuO2_n6xSi7tkzb5BfZPyfxEIZV31M-7WsuuzAe_mlvWUZCyWz9J6_5uXye4WvrLb903kfeUhlGPOOLdMN_s9PIxIEfkQw1ldqCFD19&sig=AHIEtbRtNn2h86Mqog8HK0JMiiDqjL1Ydw


- Campeonato Sul-Americano de Futebol 1919:
Além de importante para o futebol, esta partida foi marcante para a música brasileira. Inspirado nela, ninguém menos que Pixinguinha compos o choro "1x0", primeiro registro de música sobre futebol no Brasil, de acordo com Beto Xavier.[1]
O ano de 1919 foi memorável na história do futebol brasileiro. Pela primeira vez, o país organizaria um torneio da modalidade esportiva de nível internacional. Nem a epidemia de gripe espanhola tirou a felicidade dos brasileiros, em especial os cariocas. A cidade do Rio de Janeiro abrigou o 3º Campeonato Sul-Americano de Seleções de Futebol e para isso foi construído o Estádio das Laranjeiras do Fluminense.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Joao Nogueira / Clara Nunes



Estava procurando no you tube mais algum video da Dona Ivone Lara para postar e acabei encontando este video do Joao Nogueira falando sobre a morte da Clara Nunes - 

                                          E M O C I O N A N T E !

http://www.youtube.com/watch?v=b-f0UdKYfo0 


Dona Ivone Lara - 13/04/1921 - 89 anos

Dona Ivone Lara ou Yvonne Lara da Costa.
Dona Ivone comemora 89 anos em 2010 - dia 13 de abril de 1921.
E fui na WEB buscar algumas imagens diferentes para homenagea-la neste humilde espaço. Tirando um tecladinho que fazia parte de seu do grupo que a acompanhava num show em Antonina aqui no Parana, sempre fui de babar pela compositora. Vi varios shows nestes ultimos anos, viajei e deixei de viajar para assisti-la. Acabei encontrando um blog de um jornalista belga e repasso a história dele falando da historia dela (credo!!). Os negritos são meus:


A exemplo da maioria dos artistas populares de origem humilde, Dona Ivone Lara construiu o essencial de sua obra depois de uma vida de trabalho duro ; no seu caso, dedicado- como enfermeira diplomada- a tratar de pessoas portadoras de distúrbios mentais. A música, por sinal, era uma de suas armas terapêuticas. Muito jovem, ela aprende a tocar cavaquinho, e aos 12 anos já compõe seu primeiro samba, Tiê, com o qual ela abre o show desse dvd « Canto da Rainha », gravado no Canecão, no Rio de Janeiro, em 2009.
Adolescente, ela se flagra também no círculo de certos anfitriões da música brasileira, como Heitor Villa Lobos (1887-1959), Pinxinguinha (1897-1973) e Donga (1890-1974).
Em 1947, ela compõe Nasci para sofrer, um samba sob o qual desfila a Escola Prazer da Serrinha, que virá a se tornar a célebre Escola de Samba Império Serrano.
Bem mais tarde, em 1965, com Silas de Oliveira e Bacalhau, ela vem a compor Os Cinco Bailes da História do Rio, um samba-enredo que coloca a Império Serrano em quarto lugar naquele ano.
Ele se torna, por esse fato, a primeira mulher a integrar o círculo essencialmente masculino de compositores de samba de Carnaval (« ala dos compositores »).
É a partir dos anos 70, quando Dona Ivone Lara então festeja quase seu meio século, que sua carreira decola definitivamente. Ela se dedica inteiramente à sua arte e a seu primeiro álbum, « Sambão 70 », ao alvorecer daquela década.
O nome de Dona Ivone Lara me foi revelado (assim como para muitos outros) pelo título Sonho meu, que foi incluído no álbum histórico de Maria Bethânia, « Álibi », primeiro disco de uma intérprete feminina a atingir o milhão de exemplares vendidos. Sonho Meu (duo de Bethânia com Gal Costa), composto em parceria com um de seus mais fiéis colaboradores, Délcio Carvalho, ganha inclusive o prêmio Sharp de melhor canção naquele mesmo ano.
Mais tarde, foi num outro disco de Bethânia, « Talismã », que eu descobri outro grande clássico : Alguém me avisou, numa versão antológica cantada com Gilberto Gil e Caetano Veloso. Um título que figura no repertório de qualquer roda de samba que se dê ao respeito.
A partir daquela época, e até esse primeiro dvd, tardio para essa grande dama do samba de 89 anos, não lhe faltaram sucesso, prêmios, e incontáveis demonstrações de reconhecimento por seus pares. Um reconhecimento que veio a se estender para além das fronteiras do Brasil.

O fato é que, como diz com precisão Paulão 7 cordas (nos depoimentos dos extras aqui), Dona Ivone Lara possui um senso sofisticado da melodia que ela desenvolve em seus sambas, os quais são bastante enraizados nos ritmos afrobaianos. Há outros grandes clássicos muito propriamente colocados nesse dvd, como atestam Mas quem te disse que eu te esqueço (com Hermínio Bello de Carvalho), Alvorecer, Acreditar, e Sorriso de criança- sendo esses três últimos ainda compostos com Délcio Carvalho.
Esse dvd ficará para sempre como um documento definitivo, que imortaliza um repertório pertencente ao patrimônio musical do Brasil !
- veja outras biografias + sobre DVD e CDs
http://musica.uol.com.br/ultnot/2009/02/06/ult89u10251.jhtm

 Foto: Mário Luiz Thompson
- video com Nilze Carvalho:
http://www.youtube.com/watch?v=cJtgHXeKdQU

- video com Delcio Carvalho:
http://www.youtube.com/watch?v=M2kz9P9OqDA

 
- video TV Cultura - com Quinteto em Branco e Preto (muito bom - não deixe de clicar)
 http://www.youtube.com/watch?v=yJywnMf1uQg

domingo, 4 de abril de 2010

Roberto Silva - 90 anos - abril 2010

Veja histórico de um dos maiores interpretes do samba:
http://www.dicionariompb.com.br/roberto-silva/dados-artisticos

- ouça trechos de algumas musicas de seu repertorio:
http://cliquemusic.uol.com.br/player?x=&d=6549

- vida atual e historias:
http://www.overmundo.com.br/overblog/roberto-silva-o-principe-que-vive-como-rei

video- Falsa Baiana:
http://www.youtube.com/watch?v=ocqt6wXVUt8

video - Falsa Baiana com Paulinho da Viola
http://www.youtube.com/watch?v=tM-u-EwQaGc

video - Falsa Baiana com Roberta Sá
http://www.youtube.com/watch?v=Hn7WsSQhu_8

baixe 78 rotações - disco de 1958, 1963 e 2000 no blog prato e faca:
http://pratoefaca.blogspot.com/search/label/Roberto%20Silva

segunda-feira, 15 de março de 2010

História do Choro - "Música improvisada. Cair no Choro, dançar."

Estou iniciando a escrita de um projeto para entregar no final da semana - edital da Fundação Cultural de Curitiba - Mecanato 2009/2010 - atrasadissimo, mas somente agora deu tesão de montar. Estou relembrando e relendo algumas coisas sobre o choro para ficar mais facil o trabalho e aproveitando que já faz um tempo que não posto nada, vai ai um resumo da história do choro num trabalho do Hamilton de Holanda e um pouco de divulgação sobre o Clube do Choro de Brasilia - é bom para o povo que não quer perder tempo em pesquisar.
Fonte: http://www.secrel.com.br/elismar/artchoro/histchoro.htm  
www.clubedochoro.com.br
Foto: 15.10.2008, na cozinha do CImples Ócio, Hamiton de Hollanda (de costas), Zé da Velha e Ceará.

Segue um trecho:
Choro: A Forma que se transformou em Gênero
(veja texto completo nas fontes acima)

Raul Pederneiras, caricaturista, jornalista e autor de revistas teatrais, publicou em 1922, no Rio de Janeiro, sob a indicação de "Verbetes para um dicionário de gíria" a seguinte definição para a palavra choro: "Choro - Baile, musicata. Concerto de flauta, violão e cavaquinho. Música improvisada. Cair no choro, dançar." A definição é interessante por mostrar que ao iniciar-se a década de 20, considerava-se o choro como uma forma de tocar e não como um gênero musical como é considerado hoje.


Desde a metade do século XIX, o que se chamava de choro era realmente a música tocada em bailes tendo como formação do conjunto executante os instrumentos: flauta, responsável pela condução da melodia principal; cavaquinho, centrador de rítmo,e ; violão harmonizador. Estes conjuntos tocavam gêneros como o maxixe, a polca, a mazurca - gêneros europeus -, o lundu africano, dando um caráter de improviso a estes estilos

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Blecaute, Risadinha e Noite Ilustrada

Trouxe o Noite Ilustrada aqui para o sul pouco antes de sua morte - cantou em Blumenau e Florianopolis, acompanhado pelo grupo Bom Partido (Floripa) onde o Carlos Raulino, produtor do grupo auxiliou nos shows na Proeb e um clube no continente - fomos de carro de Curitiba a Blumenau - bom papo, fomos ouvindo seus discos - tres ou quatro que eu tinha - reclamou das introduções dos sopros sempre parecidas (Severino Araujo - imposição da gravadora, segundo ele) e contou-me que queria gravar um disco com um regional, onde ele proprio escolheria todo o repertorio - não conseguiu. Segue postagem dos fasciculos da historia do samba de 1998 - Editora Globo, que emprestei da Biblioteca Publica do Parana e escaniei e agora repasso aos poucos para quem não leu. (clique na imagem para ler confortavelmente)

Samba e choro em Curitiba








Segue algumas fotos do povo que faz boa música por aqui.
- Maé da Cuica (bone azul) em roda no Cimples Ocio - 2005
- Compositor Claudio Ribeiro (coleta claro) - 2007 - mesa redonda samba em Curitiba
- Joao Carlos de Freitas (camisa azul) pesquisador e percussionista - cuica
- Mãe Orminda - interprete
- Zezinho do Pandeiro, Gabriel Schuartz (flauta), Vina Chamorro (violão 7) e Juliao Boemio (cavaco) no Cimples Ócio em 2008 (show Ze da Velha e Silverio Pontes).
- Juliao Boemio e Daniel Miranda (sax/clarinete) com Silverio Pontes - out/2008 na cozinha do Cimples Ócio.
- Grupo Combinado Silva Só - fazendo samba na cozinha do Cimples Ócio - 2009
- Daniel Miranda (clarinete) e seu filho Luquinha (cavaco) no Cimples Ócio - 2009
- Daniel Migliavacca (bandolim), Saul Trompete e Daniel Miranda - momento do choro em 2005 - show do Chapinha/Samba da Vela no Cimples Ócio.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Mauricio Carrilho, Mauro Dias, choro - ano 2000


Faz tempo que não posto nada sobre choro e esta materia fala bastante sobre o genero. E como naquela epoca nem todos acompanhavam o trabalho do Paulo Neves. Vamos lá.
Nem tudo mundo gosta do Mauricio Carrilho, meu senão foi num show aqui em Curitiba quando ele dava aula na oficina de musica - final de janeiro - todas as músicas dele - gostaria que tivessem tocado alguma dos compositores daqui que estavam começando a compor alguma coisa de conteudo - temas de times do futebol do Rio - achei meio fora de esquadro. No mais um grande batalhador da boa música brasileira. a carranca é somente para quem é muito chato na abordagem, estes dias aqui em Curitiba, após show no Teatro Paiol foi muito simpatico comigo.
Estou postando uma materia do ano 2000 do Mauro Dias, jornalista do Estadão, que alguns do meio musical acham que não não entende nada - eu não tenho nada contra e os textos são bons. Encontrei a impressão (molhada) no meio da minha bagunça de papel que levava para o Cimples do litoral (baln. Guarapari - Pontal do Parana- Pr), na época fazia parte da biblioteca do local. Peguei da Agenda Samba-Choro, materia informada pelo Flavio Prado, há 10 anos atras. Segue:
( o disco sumiu - tinha comprado com o Luisinho grande barraca de livros e discos no Rio)
O Estado de São Paulo, 19/12/2000 - Reprodução MAURO DIAS
Maurício Carrilho apresenta sua obra-prima
Violonista, arranjador e compositor, o músico lança seu primeiro CD-solo, pela Acari
Maurício Carrilho foi aluno de Meira e de Radamés Gnattali, com quem aprendeu que só a música boa se faz perene
Lançado pela Acari Records, gravadora independente dedicada ao choro e seus parentes da família da música urbana, a canção, a valsa, a modinha, o samba, está à venda o CD Maurício Carrilho, primeiro trabalho-solo do compositor, violonista e arranjador.
É o grande disco instrumental da década, o que não é dizer pouco. Houve Guingas, houve Quaternaglias, houve Trio Madeira Brasil, houve Bellinattis e até um Baden - para ficar no violão e em poucos personagens que enriqueceram o período. Mas o disco de Maurício Carrilho a todos supera. É uma obra-prima.
Trata-se de um solo de estréia tardio.
Maurício Carrilho tem longa carreira como arranjador e músico acompanhante de cantores ou integrante de formações instrumentais. Tocou com e fez arranjos para Elisete Cardoso, Nara Leão, Chico Buarque, Francis Hime, para o tio Altamiro, para Paulinho da Viola, Chiquinho do Acordeom, Paulo Moura, Joel Nascimento, João Nogueira, Radamés Gnattali.
Compôs com Paulo César Pinheiro e Hermínio Bello de Carvalho, entre outros letristas.
Criou, ao lado do bandolinista Pedro Amorim e do saxofonista e clarinetista Paulo Sérgio Santos o grupo O Trio, que chegou a se apresentar numa edição do Free Jazz e fez a música mais sofisticada do festival, naquele ano de 1997.
Maurício Carrilho, o disco, faz parte do segundo pacote da novíssima gravadora Acari. O selo foi fundado no fim do ano passado, por Maurício e pela cavaquinhista Luciana Rabello.
A eles associou-se, num primeiro momento, o produtor João Carlos Quirino. No primerio pacote, a Acari lançou Luciana Rabello, primeiro trabalho-solo da grande instrumentista, em que ela mostra a face de - também grande - compositora; Leonardo Miranda Toca Joaquim Callado, com o flautista Leonardo Miranda - primeiro título inteiramente dedicado ao mulato Joaquim Antônio da Silva Callado Júnior, nascido em 1848, um dos pilares da música urbana do Rio de Janeiro, autor de Flor Amorosa; e Álvaro Carrilho, do flautista e compositor, irmão de Altamiro. Tudo em família, dirá alguém. Certo, uma família de grandes músicos.
A gravadora foi criada, entre outros motivos, porque não havia espaço para eles e sua música sofisticadíssima nos selos comerciais. Bom, o segundo pacote da Acari Records (Acari é nome de um subúrbio carioca; é nome de um peixe que limpa o fundo dos rios), além do solo de Maurício, traz solo do veterano Índio do Cavaquinho - de fato, Ednaldo Vieira Lima, um genial músico nascido em Alagoas que já tem 76 anos de carreira; e Arranca-Toco, encontro de quatro grandes músicos, CD já lançado no exterior: Maurício - ele, de novo, mais Proveta, no sax e na clarineta, Pedro Amorim, no Bandolim, e Jorginho do Pandeiro.
São seis trabalhos formidáveis, daqueles obrigatórios nas estantes de bom gosto.
Mas é preciso destacar o disco de Maurício. Entre obras formidáveis, a dele é rigorosamente genial.
Maurício Lana Carrilho nasceu no Rio, em 1957, e começou a estudar violão ainda menino. Foi aluno de Dino - o lendário cristalizador da linguagem exclusivamente brasileira do violão de sete cordas - e de Jaime Florence, o Meira, professor, também, de Baden Powell e de Rafael Rabello. Ainda nos anos 70, com Rafael e Luciana, participou da formação histórica Os Carioquinhas, um marco do redescobrimento do choro. O gênero andava sendo subestimado; era tratado com desprezo e considerado coisa velha; Os Carioquinhas foram pontas-de-lança no movimento (não planejado, diga-se) que abriu os olhos da turma para sua eterna novidade. Mais ou menos ao mesmo tempo, Paulinho da Viola dedicava um disco instrumental ao choro - Memórias, Chorando. Depois da experiência com Os Carioquinhas, Maurício passou a integrar outro grupo célebre, a Camerata Carioca, orientada por Radamés Gnattali. O compositor, arranjador e maestro gaúcho foi para o Rio de Janeiro completar os estudos de música erudita, ainda nos anos 20, quando conheceu Ernesto Nazaré. Mas continuou na música clássica. No finalzinho daquela década, tocou, para sustentar-se, em concertos de gala e em teatros e cinemas. Depois, começou a trabalhar em rádio. Dora Beviláqua foi a pianista que interpretou, na estréia, em 1931, sua Rapsódia Brasileira - Radamés começava a tornar-se um chorão. Fez arranjos para Pixinguinha, Lamartine Babo e, naturalmente, começou a compor choros (aliás, o pulso rítmico da Aquarela do Brasil, de Ari Barroso, foi definido por Radamés; e foi ele quem compôs a introdução famosa, tchan,tchan, tchan - tchan!). Mas, afinal, por que falar tanto de Radamés num texto dedicado a Maurício Carrilho? Porque Radamés mudou tudo o que se fazia de arranjo em música brasileira, combinando a informação erudita com o sotaque da música popular. E Maurício Carrilho aprendeu com ele, enquanto esteve na Camerata Carioca. E desenvolveu o aprendido. É o que apresenta em seu disco. O violoncelo de Hugo Pilger soa sozinho, na primeira faixa, numa melodia de evocação villalobiana, em tom menor, Serenata pro Pilger. Após a exposição do motivo, sinuosa mas sempre descendente, que termina na sétima do tom, vem juntar-se o violino de Bernardo Bessler, e, em contraponto, a flauta de Marcelo Bernardes, o clarinete de Cristiano Alves; em seguida o violão de Maurício; os instrumentos de cordas arqueadas e a flauta alternam-se na posição de solista. Maurício Carrilho define a peça como choro-serenata. É uma obra camerística-urbana-carioca. Os outros instrumentos são o pandeiro de Celsinho Silva, e o contrabaixo de Arismar do Espírito Santo que, aos poucos, muito sutilmente, vai ganhando força rítmica; o violão sobe de plano, expõe a linha da baixaria, o cavaquinho balança; a atmosfera nostálgica não se perde, mas se colore daquele tom de fim de tarde que evoca a esperança, uma possível felicidade. Serenata pro Pilger e as outra 14 músicas do disco são de autoria de Maurício Carrilho, que é o autor também de todos os arranjos e produtor do CD. É uma peça que - como as de Guinga - esgarça a linha de fronteira entre a música popular e a clássica, ou, melhor dizendo, propõe uma linguagem para a música erudita - o choro erudito, aqui - brasileira. O que, no fundo, é uma lição aprendida com Radamés e Villa-Lobos, outra referência obrigatória. A segunda música do disco é quase uma defesa de tese. Chama-se Choro Cubano. "O choro tem vários primos na América Latina. Gêneros musicais com história e estrutura parecidas", escreve Maurício, no encarte do disco. "Depois de conhecer Cuba e provar de sua música, fica difícil não incorporar ao nosso vocabulário muscial algumas melodias e ritmos daquele país", continua - pois é o que faz na peça, rápida, gafieirística. Segue-se a valsa Sinuosa, cujo título denuncia que tipo de desenho melódico será ouvido. Proveta (saxofone tenor) e Jessé Sadoc (flugelhorn) dialogam sobre as sete cordas do violão de Maurício, que volta ao choro saltitante na faixa seguinte, Proveta na Madrugada, homenagem ao amigo paulista. Um Baile em Villa-Boa é uma peça em cinco partes. "Há muito tempo não se fazia uma quadrilha, no Brasil", escreve Maurício. "Talvez uns 80 anos", contabiliza. "Fiquei encantado com essa forma, uma das matrizes do nosso choro, estudando as quadrilhas do pioneiro flautista Joaquim Callado." A delicada construção começa começa em compasso ternário, lento, de melodia circular, e passa para o quaternário, volta ao ternário, um pouco mais compassado, varia sobre o tema do segundo movimento, em expressão pungente, e termina num choro prototípico. A instrumentação é delicada como a peça: violino, clarinete, cavaquinho e violão de sete cordas, sem percussão. Já em Leonardo na Polca, dedicada ao flautista Leonardo Miranda, surge a tuba de Eliezer Rodrigues, substituindo o contrabaixo na marcação do tempo alegre da peça dançante. Segue-se outra polca, O Turbante de Joel, dedicada ao bandolinista, o xote Luzeiro de Paquetá, o choro velos Tio Tamiro na Farra (com solo sapeca do tio Altamiro, sim, senhor), Um Choro pra Anna e um último choro, dedicado a Luciana Rabello, Lulu Espinafrando. Hermínio Bello de Carvalho lembra que Maurício Carrilho, operário da mesma fábrica em que Meira e Radamés fizeram mestrado, aprendeu com eles que só existem duas espécies de música: a boa e a ruim; e que apenas uma é atemporal. Este disco é o som moderno dos 500 anos de Brasil. Se não o encontrar nas lojas, consulte o site www.acari.com.br.

domingo, 17 de janeiro de 2010

Choro em Curitiba - inscreva-se






O Cimples Ócio vai comemorar o 23 de abril - alem do aniversario de Pixinguinha, temos Geraldo Pereira e Dona Ivone Lara, portanto além do choro, teremos bons sambas na festa,
Segue informaçoes sobre o festival de Curitiba:

Devido à grande procura de músicos de todo o País, as inscrições para o II Festival Curitiba no Choro foram prorrogadas até o dia 5 de fevereiro.
O evento, uma iniciativa do Clube do Choro de Curitiba, é aberto à músicos do Brasil inteiro e tem como principais objetivos incentivar a composição e o desenvolvimento do choro, divulgar a produção dos compositores contemporâneos e popularizar o gênero.
Nesta edição serão aceitos somente choros instrumentais (choro em seu conceito mais amplo, incluindo polcas, maxixes, valsas, etc.). As composições deverão ser inéditas e originais e cada participante poderá inscrever somente um choro.
O regulamento e as fichas de inscrição estão sendo disponibilizadas no site www.festivalcuritibanochoro.com.br. Após o encerramento das inscrições, um comitê irá avaliar as composições e classificar doze candidatos que disputarão uma eliminatória no dia 23 de abril, em Curitiba, em local a ser definido.
Cinco candidatos escolhidos pelo júri vão disputar a final no dia 24, que vai premiar os três primeiros colocados com prêmios em dinheiro de quatro mil reais, dois mil reais e um mil reais, respectivamente para o primeiro, segundo e terceiro colocado.
Além da premiação será oferecida uma ajuda de custo aos doze concorrentes classificados. O violonista João Egashira, que faz a direção artística ao lado do flautista Gabriel Schwartz, comenta que o Festival é consequência de um amadurecimento das atividades promovidas pelo Clube do Choro de Curitiba e que o objetivo principal é estimular e movimentar as pessoas para a criação do choro.
"A composição é a forma de perpetuar o gênero. Além de reverenciar os grandes chorões consagrados, para termos uma continuidade da história do choro é necessário compor. Assim, colocamos elementos da nossa época no que já é consagrado", finaliza.

Serviço
II Festival Curitiba no Choro. Inscrições abertas até o dia 5 de fevereiro. Formulário de inscrições e regulamento podem ser obtidos no site www.festivalcuritibanochoro.com.br.
- fotos: Maerlio - Joao Egashira (diretor festival) e Juliao Boemio e rodas de choro no Cimples Ócio.