segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Velha Guarda da Portela - Cimples Ocio - saudades


2009, janeiro brabo! Tia Doca morreu neste dia 25. Segundo Monarco a cadeira ficará vaga. Reproduzo um trecho do prefacio da Lilian Newlands para o livro A Velha Guarda da Portela, que conste como minha homenagem e lamento aos grandes bambas da Velha Guarda. Trouxe seis (06) deles para cá e parei pela falta de grana e projetos. Também esta ficando dificil realizar um grande sonho que ainda é um show deles no Guairão em Curitiba. Segue o texto:

"Um bairro pródigo em personagens únicos e, digam o que disserem, insubstituiveis.
Onde e como encontrar um clone de Chico Santana? Onde mais se pode ouvir o som de uma gargalhada irrestivel como a do inspirado Argemiro? Ou de cada um deles? Depois deles, nunca mais, e isso os torna as pessoas que são e que foram. Porque ainda tem a Doca, a Eunice, a Aurea, o Olimpo, o Mauro e tantos outros cujo negocio é cantarolar . . .

"Se for falar da Portela / hoje eu não vou terminar".

Hoje sei que, em algum lugar do passado, em algum momento que jamais será identificado, o grupo se tornou´parte de nossas vidas. Nâo tem importancia que muitos já tenham morrido, porque já foi dito que "o homem é imortal quando sua obra permanece", e basta ouvir uma fita gravada que a emoção os traz de volta, morrer passa a ser só um detalhe.Eles compunham sem essa preocupação, ja sabendo de antemão que suas músicas permaneceriam.
Daqui para a frente é festejar os que estão vivos, e que Deus os mantenha assim. Emocionados, meio bebados, cada qual com seu caminho e seu estilo. Com a alegria que, tantas vezes, os ajudou a prosseguir. Porque são sofredores também, alguns com sofrimentos e dores pouco comuns. Mas, olhando para trás e chegando aos dias de hoje, a gente compreende que é bela e rica a história deles porque essa também é a história de todos os homens.

fonte: livro A Velha Guarda da Portela, de Joao Baptista M. Vargens e Carlos Monte - ilisutrações Lan, - Rio de Janeiro - RJ, 2001
acervo Anildo Guedes, adquirido em 2001.
fonte foto: Globo online

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Samba/Choro aniversarios importantes - Outubro - Cimples Ócio datas

Em outubro temos aniversariantes de peso como Cartola, Nelson Cavaquinho e Silas de Oliveira, tres dos mais importantes composiores de samba:









fotos: letras de Zé Kéti,Dorina, Cartola
1 - Claudio Jorge - 03/10/1949 - Rio/RJ - Violonista, arranjador.
2 - Silas de Oliveira - 04/10/1916- Silas de Oliveira Assunção, considerado o maior compositor de sambas-enredos de todos os tempos. falecido em 20/05/1972.
3 - Zé Kéti - 06/10/1921 no Rio, Jose Flores de Jesus, autor de Mascara Negra e Diz que fui por ai entre outros sucessos.
4 - Erasmo Silva - 07/10/1911 - Salvador/BA, cantor e compositor formando com Wilson Batista a dupla Verde e Amarelo.
5 - Marquinhos de Oswado Cruz - 10/10/1961, Rio/RJ. Marcos Sampaio de Alcântara. Um dos grandes responsaveis pelo sucesso do Pagode do Trem, dia 02 de Dezembro Dia Nacional do Samba.
6- Cartola - 11/10/1908 - Angenor de Oliveira - falecido em 30/11/1980
7- Marçal - 14/10/1903 - Armando Vieira Marçal - Rio/RJ., percussionista e compositor, principal parceiro de Alcebiades Barcelos. O Bide, faleceu em 20/06/1947.
8 - Dorina - 16/10/1964 - Rio/RJ - Adorina Guimarães Barros, 05 CDs gravados, interprete e batalhadora do samba e de sua carreira (blog dorina samba)
09- Chiquinha Gonzaga - 17/10/1847 - Rio/RJ, Francisca Edwiges Neves, compositora, pianista, e regente. Primeira mulher a reger uma orquestra no Brasil, em 1885. Morreu em 28/02/1935
10 - Vinicius de Moraes - 19/10/1913, Rio/RJ. Faleceu em 09/07/1980.
11 - Nelson Cavaquinho - 29/10/1911 - Nelson Antônio da Silva - ganhou o apelido aos dezoito anos, quando começou a compor choros. Foi companheiro de música e boemia de Carlos Cachaça, Cartola e Guilherme de Brito. Morreu em 18/02/1986.

sábado, 17 de janeiro de 2009

Samba da vela historia (2007) Cimples Ocio Rituais


Fotos: Chapinha (de azul) animando a roda de samba e a vela sendo acesa.
Estou postando uma outra descrição do Samba da Vela com informações e uma visão historica diferente:

" Há sete anos, em uma segunda-feira num bar em Santo Amaro, quatro amigos reunidos acendiam a primeira vela para iluminar a noite que caía no ritmo do samba.
Não sabiam que, naquele momento, davam início a uma verdadeira revolução cultural no bairro e na cidade de São Paulo. Foi assim que surgiu a Comunidade do Samba da Vela.
Eles se reúnem ainda às segundas-feiras, só que agora na Casa de Cultura de Santo Amaro, com cerca de 250 pessoas assistindo.
Sempre tem música e compositor novo na área. Além dos músicos, o espaço reúne também poetas, que declamam seus poemas, contos e crônicas entre uma canção e outra.
Ao invés de cerveja, bebem sopa no final da noite.
E a disposição das pessoas no local é em roda, como nos primórdios do surgimento do samba.
Para a Comunidade Samba da Vela “funcionar”, cerca de 25 pessoas, entre músicos, cozinheira, recepcionistas e amigos, trabalham na segunda-feira e quando mais precisar. Todos voluntários.
A vela que fica no meio da roda serve como um breque para o samba acabar. Enquanto a chama estiver acessa, vai ter música rolando. “Nos primeiros encontros ficávamos até de manhã e precisávamos de alguma coisa que nos fizesse parar. Pensamos em ampulheta, despertador, mas foi a vela que ficou”, explica José Marilton da Cruz, o Chapinha, um dos fundadores.
As cores que representam a Comunidade (Azul, Rosa e Branco) são também as cores das velas que, variando de mês em mês, se tornou uma forma de organizar as apresentações de compositores e canções inéditas.
No primeiro mês eles usam a vela rosa, que é o período de apresentação das músicas novas. No mês seguinte, é a vez da vela azul, para firmar as músicas entre os músicos e o público e por fim, a vela branca, que vem no terceiro mês para consagrar os sambas que irão entrar para o famoso “caderninho”, que contém as letras das músicas selecionadas, com o nome dos compositores, para o público acompanhar melhor os shows.
A vela virou o símbolo dessa rapaziada, que começou a se reunir primeiro com o intuito de fazer um samba de linhagem tradicional, passou a revelar bons compositores e com o tempo foi ganhando a aceitação da comunidade. Começou pelo bairro, Santo Amaro, e foi conquistando a região, a cidade e o respeito e admiração da classe artística.
Os fundadores Magno Sousá e Maurílio de Oliveira integram também o Quinteto em Branco e Preto e foi através do trabalho deste grupo que a sambista Beth Carvalho conheceu o Samba da Vela. Desde então, a cantora se auto-intitulou madrinha da Comunidade e ajudou a levar o projeto mais longe. “Tínhamos apenas três meses de existência e uma freqüência de, no máximo, 80 pessoas por noite. Depois que a Beth virou madrinha, a casa não fica com menos de 200 pessoas”, comemora Chapinha.
Hoje, depois do reconhecimento da comunidade, de artistas, de alguns veículos de comunicação, e, a partir deste aniversário, contando com a parceria com a IZZO Instrumentos Musicais, que passou a bancar os instrumentos do grupo, Chapinha lembra das muitas dificuldades que já passaram. “O grande problema é a falta de incentivo dos governantes. A cultura nesse país é largada às traças. A gente tem que fazer cultura na raça, matando dez leões por dia”, brinca.
Quanto à principal conquista, José Alfredo Gonçalves de Miranda, o Paqüera, também fundador da Comunidade Samba da Vela, é enfático: o respeito das pessoas da comunidade. “Faltava isso para a região e para o samba. Teve uma massificação [do ritmo], aquele ‘pagodinho’ e as pessoas se cansaram já daquela coisa melosa, pré-fabricada”, analisa.Samba de Comunidade
Fotos: Chapinha (de azul) animando a roda de samba e a vela sendo acesa.

Na última segunda-feira (17/07/07), o Samba da Vela comemorou sete anos de existência. Entre os compositores participantes, estavam muitos sambistas de outras comunidades que fazem um trabalho parecido com o grupo de Santo Amaro.
O Pagode da 27 (Grajaú), Samba da Laje, do Cafofo, da Penha e representantes da escola de samba Vai-Vai mostraram que a causa pelo samba e pela cultura é maior que a vaidade de cada grupo.“A nossa relação com as outras comunidades é a melhor possível. Eu, por exemplo, sou padrinho do Samba da Laje, do Cafofo e do projeto da Vai-Vai. Estou sempre nas comunidades incentivando, é disso que eu gosto, não tem jeito”, conta Chapinha.
Durante a noite, a roda do Samba da Vela tocou músicas de outros grupos, comprovando que essa integração parece ser um movimento cultural que está brotando em São Paulo.Paqüera explicou que não é de hoje que grupos se reúnem para fazer samba próximo às comunidades, incentivando outras manifestações culturais e sociais em São Paulo. Segundo ele, de 1996 a 2000 foi realizado o Mutirão do Samba, no bairro da Barra Funda, na rua Barão de Campinas. “Isso inspirou muito o projeto ‘Nosso samba de Osasco’, que fazia esse tipo de trabalho na comunidade”. Nessa época, o Samba da Vela já estava engatinhando e Paqüera levou os três amigos para conhecerem e foi aí que começaram a estruturar melhor o que se tornaria a Comunidade Samba da Vela.
Quanto à harmonia existente entre os grupos, Paqüera acredita que não será por muito tempo. Aliás, acha até melhor. “A rivalidade musical é importante para a comunidade adquirir mais identidade e ficar ainda mais valorizada”.
Ele dá o exemplo das escolas de samba do Rio de Janeiro, como a Mangueira, Portela, Estácio de Sá, entre outras, que fizeram grandes sambas entre uma disputa e outra. “Mas na realidade a briga era para melhorar a qualidade do desfile, dos sambas, nunca para menosprezar o outro. Quando começarem a defender suas comunidades em uma disputa musical de qualidade, acho que a coisa vai crescer muito mais”, avalia.
“Sambar é a nossa vocação
Lutar pela nossa tradição
Enquanto houver sobre a mesa
Uma chama acessa
O samba se renovará
Essa é a nossa certeza”
(Paqüera)
Para ir além
Casa de Cultura de Santo Amaro – Praça Francisco Lopes, 434, Santo Amaro – Tel: (11) 5522-8897 – Toda segunda-feira, às 20h – Entrada gratuita (a casa aceita contribuição de R$ 2,00 para ajudar a custear a sopa).
São Paulo, 23/7/2007

Samba da vela uma boa descrição - Cimples Ócio rituais

Em 07 e 08 de março de 2004 trouxe o Samba da Vela (44 pessoas) para o balneario Guarapari no litoral paranaense. Era o encerramento das atividades do Cimples SambaEChoro, boteco que funcionava sòmente na temporada de verão. O ritual foi no sabado a noite conforme a tradição. No domingo montamos uma grande roda, com lona emprestada da prefeitura de Pontal do Paraná.
Vieram de Santa Catarina o grupo Bom Partido e a Velha Guarda da Copa Lord. Do Rio o maestro Raul de Barros, Humberto Araujo e diversos musicos de Curitiba. Foi uma baita de uma festa. Comemoração antecipada do meu aniversario também (uma semana antes).
Bom, mas a postagem é para contar a historia do Samba da Vela. Achei bem escrita este texto feito pelo Rodrigo Siqueira para o Uol.
Lembrando que fui no samba quando ainda era possivel tomar uma cervejinha no fundo, quietinho - ou se sujeitar a uma bronca do Paquera, creio quem em 2000 ou 2001, levado pelo Carmo, na epoca produtor do Quinteto em Branco e Preto. Depois ja fui no centro cultura Santo Amaro, umas tres vezes. Vamos lá:

"Uma segunda-feira de dezembro, marginal do rio Pinheiros, chuva rala, sete e meia da noite. No rádio do carro, a repórter avisa do helicóptero: o motorista que segue pela marginal Pinheiros encontra dificuldades até a ponte João Dias, no sentido contrário.
Essa seria uma típica situação paulistana para irritar o cidadão-motorista, não fosse o fato de o destino final ser visitar pela primeira vez a Comunidade Samba da Vela, uma roda de samba que acontece religiosamente todas as segundas-feiras, na Casa de Cultura de Santo Amaro, na Praça Francisco Ferreira Lopes 434 (altura do nº 820 da Avenida João Dias).
A despeito do trânsito caótico, o repórter aqui assinado tinha razões de sobra para não impacientar-se. A visita era para a gravação da primeira de uma série de dez vídeo-reportagens que serão veiculadas aqui no site carnaval 2006, do UOL. Os vídeos abordarão um pouco do que acontece no mundo do samba da capital paulista, personagens das velhas guardas, os preparativos das escolas para o carnaval e também o que a nova geração tem feito para revitalizar e resgatar as peculiaridades e os sotaques do samba de São Paulo.
Já se passaram 50 anos desde que o "poetinha" Vinícius de Moraes soltou, numa noite gelada de 1955, a incongruente afirmação de que "São Paulo é o túmulo do samba". Se na época a assertiva já não fazia sentido, pois a cidade contava com compositores de primeira categoria, cordões carnavalescos e escolas de samba férteis em sambas e sambistas, hoje a frase parece estar enterrada de vez. A comprovação está exatamente na vela acesa no centro de uma roda em que mais de 200 pessoas cantam sambas de compositores inéditos, todas as segundas, na Casa de Cultura de Santo Amaro, e onde poetas da comunidade são incentivados a falar seus versos para o público.
O Samba da Vela surgiu por iniciativa do compositor José Marilton da Cruz, 46, o Chapinha, e de seu parceiro Paqüera (pronuncia-se pacuera mesmo), 46. Eles juntaram-se a Magnu Sousá, 30, e Maurílio de Oliveira , estes dois integrantes do Quinteto em Branco e Preto, e resolveram formar uma roda de samba semanal, em julho de 2000, em que novos compositores pudessem apresentar suas criações.
No começo, a roda era realizada no bar de Chapinha, o Ziriguidum, também em Santo Amaro. De tão profícua, a roda estimulava os freqüentadores a cantar seus sambas novos e varar a madrugada. "Ia até quatro, cinco horas da manhã de segunda pra terça. A roda não acabava porque alguém sempre tinha um samba novo pra mostrar," rememora Chapinha. Como na terça-feira o batente começa cedo, eles precisavam criar algum tipo de ponto final.
Tentaram uma ampulheta e um relógio despertador, mas a precisão irresistível do tempo marcado não combinou com o tempo cadenciado do samba. Foi quando Maurílio, um dos fundadores, deu a idéia de levar um galo para a roda. Quando ele cantasse, o samba teria que terminar. Obviamente não deu certo, diz Chapinha, "o galo canta de madrugada, não ia resolver o problema".
Diante do dilema, a solução partiu de Paqüera: acende-se uma vela e quando ela se apagar também acaba o samba. A estratégia funcionou tão bem que, aos poucos e naturalmente, a própria vela deu à roda carga extra de significados, a ponto de o Samba da Vela transformar-se em um ritual. "Onde tem batuque e uma vela acesa, acaba chegando mais do que gente pra cantar samba", acredita Chapinha. Atraídos pela oportunidade de mostrar seus trabalhos, mais de 100 compositores já apresentaram seus sambas na roda. Hoje em um casarão do século 19 tombado pelo patrimônio histórico, onde funcionou o antigo mercado de Santo Amaro, o Samba da Vela possui uma maneira não menos ritualística de organizar a produção que sai da roda.
Tomando como parâmetro as cores rosa, azul e branco, que representam a comunidade, criou-se um calendário em que, mais uma vez, é a vela que dita os passos.
Durante quatro semanas, sob a chama de uma vela rosa, os compositores apresentam apenas sambas absolutamente inéditos. Distribuem-se as letras e a comunidade os canta pela primeira vez. Nas quatro semanas seguintes, desta vez sob a luz da vela azul, cantam-se os sambas que foram apresentados na vela rosa. É o momento para que a comunidade possa absorver os novos sambas e para que possam ser avaliados.
Os melhores sambas são escolhidos para integrar um caderno de composições do Samba da Vela. É nesse processo que a roda ganhou uma identidade própria, com critérios que dão as características dos sambas da comunidade da Vela. Segundo Chapinha, como primeiro critério, as músicas devem seguir a linhagem dos sambas de terreiro, uma tradicional forma de compor em que as músicas são feitas em apenas duas partes. Na linha do partido alto ou melódica. Forma, aliás, que marcou a parceria de Nelson Cavaquinho e Guilherme de Brito, no Rio, quando um fazia a primeira parte e a entregava ao outro para que terminasse o samba. Foi assim que nasceu, por exemplo, o clássico "A Flor e o Espinho". Guilherme de Brito riscou num maço de cigarros o verso "tire seu sorriso do caminho, que eu quero passar com a minha dor" e deu no que deu. Outro critério fundamental, além da "inteligência da letra", é que os sambas da Vela não podem ter a chamada melodia moderna.
Essa que foi exaustivamente utilizada nos pagodes românticos que a indústria do disco vem explorando desde o começo dos anos 1990.
Cada compositor defende seu samba diante da comunidade "sem levar torcida, tem que ser na raça", destaca Chapinha.
Não tem "remandiola", ou seja, sem armação. Os laureados pela banca dos fundadores do Samba da Vela têm suas letras editadas em um caderno que é distribuído nas quatro semanas seguintes, quando são acesas as velas brancas. Desses cadernos, saiu o CD "A Comunidade do Samba da Vela". (Ouça uma faixa clicando ao lado) Quem visitar o Samba da Vela pode ficar surpreso ao ver que na roda não há bebidas alcoólicas. Trata-se de um ritual dedicado exclusivamente ao samba, em que as pessoas vão para ouvir, cantar ou mostrar suas composições.
Ao contrário do que pode parecer, não há desânimo. De alguma forma, seja pelo batuque, pela vela ou pelo cantar, a vibração toma conta das pessoas. Trata-se, sem exagero, de uma sagração do samba. Para justificar a regra, durante a gravação da vídeo-reportagem quebrou-se o protocolo (ou liturgia, no caso) com a visita surpresa de Beth Carvalho, madrinha do projeto, que levou outros dois músicos para conhecer a comunidade. Acompanhado de Leo Maia, filho de Tim Maia, o cantor Seu Jorge levou consigo um balde com cervejas geladas. Depois da autorização de um dos fundadores, a cerveja foi para o centro da roda. Mas para o espanto geral, em um acidente, a tampa do balde escapuliu em cima da mesa apagando a vela, que foi rapidamente reacendida. Lá pelas tantas (a vela durou mais com a presença dos visitantes), ao falar para as cerca de 200 pessoas presentes, Seu Jorge não escondeu seu desconforto pelo acidente. "Estou com vergonha porque a vela se apagou por minha causa", lamentou. Mesmo com o desagravo dos anfitriões, ele insistiu. "Eu sou do santo e sei que tem que respeitar, alguma coisa foi que fez a vela se pagar. Se não era pra ter bebida no ambiente, não tem que ter bebida. Não cheguei negativo, mas eu cheguei sujo da rua. Que sirva de lição.
" Após o encerramento do "ritual", serve-se uma sopa preparada pelo Chefe Oliveira e os boêmios, liberados, migram para o bar em frente à Casa de Cultura a prosseguir com o samba até alta madrugada. Sem a vela, com bebida e a certeza de que o batente está próximo.
Marginal do rio Pinheiros, 3 horas da madrugada de terça-feira, quase nenhum carro na pista, do toca - CD saem os versos de Paulinho da Viola: "beba do samba, beba da chama também".
De volta pra casa, com sorriso no rosto e a imagem da vela acesa, era impossível esquecer os versos falados por Serginho Poeta, motoboy e freqüentador da comunidade. "Dizem que a boemia atrapalha o trabalho, mas por que não dizer o contrário?"
fonte: portal Uol - texto de Rodrigo Siqueira

Samba e choro - aniversario importantes fevereiro - Cimples Ócio datas


Mais uma leva de aniversariantes do mundo do samba e choro nascidos no mes de fevereiro.

1 - 01/02/1911 - Pedro Caetano - Bananal ( SP) - compositor - Pedro Walde Caetano - faleceu em 27/07/1992
2 - 02/02/1889 - Luis Peixoto - Niteroi (RJ) - parceiro de Ary Barroso "Na batucada da vida" - faleceu em 14/11/1973.
3 - 03/02/1914 - Hervê Cordovil - Viçosa (MG) - compositor/instrumentista
4 - 04/02/1959 - Zeca Pagodinho - Rio (RJ) - Jessé Gomes da Silva.
5 - 06/02/1910 - Jorge Veiga - Rio (RJ) - o "caricaturista do samba". Morreu em 29/06/1979.
6 - 06/02/1913 - Dona Zica - Rio (RJ) - faleceu em 22/01/2003.
7 - 06/02/1939 - Jair Rodrigues - Igarapava (SP) - Jair Rodrigues de Oliveira
8 - 07/02/1901 - Clmentina de Jesus - Valença (RJ) - Clementina de Jesus da Silva - faleceu aos 86 anos em 19/07/1987 (foto)
9 - 07/02/1928 - Jose Ramos Tinhorão - Santos (SP) - pesquisador e jornalista polêmico.
10 - 08/02/1921 - Roberto Paiva - Rio (RJ) - Helin Silveira Neves - cantor de sucesso com sambas nas decadas de 40/50, interprete de Wilson Batista e Geraldo Pereira.
11 - 09/02/1908 - Carmen Miranda - Marco de Canavezes (Portugal)- Maria do Carmo Miranda da Cunha.
12 - 12/02/1938 - Martinho da Vila - Duas Barras (RJ). Martinho Jose Ferreira.
13 - 12/02/1944 - Dominguinhos - Garanhuns (PE) - Jose Domingos de Morais
14 - 12/02/1966 - Luciane Menezes - Rio (RJ) - cantora, cavaquinista, ligada ao jongo e responsavel pelo seu ressurgimento na decada de 90.
15 - 14/02/1918 - Jacó do Bandolim - Rio (RJ) - Jacob Pick Bittencourt - faleceu em 13/08/1960.
16 - 15/02/1915 - Abel Ferreira - Coramandel (MG) - faleceu em 12/04/1980
17 - 19/02/1908 - Almirante - Rio (RJ) - Henrique Foreis Domingues - cantor/radialista. Faleceu em 21/12/1980
18 - 21/02/1928 - Severino Filho - Belém (PA) - arranjador/instrumentista - Severino de Araujo Silva Filho.
19 - 26/02/1944 - Déo Rian - Rio (RJ) - Déo Cesario Botelho
20- 27/02/1900 - Luis Americano - Aracaju (SE) - Luis Americano Rego - faleceu 29/03/1960.
21 - 28/02/1968 - Teresa Cristina
fontes: livro A canção no Tempo - Jairo Severiano e Zuza Homem de Melo - editoria 34, 1997 - acervo Anildo Guedes
- agenda musica brasileira 2005 - Texto Luis Pimentel - Myrrha Comunicação Ltda
pesquisa google

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Samba de fato ou não? Cimples Ócio mitos historicos do samba

Hoje a tarde perdi (ganhei!) um tempinho lendo o texto e acompanhando os comentarios no overmundo do Spirito Santo, Hermano Viana e outros virtuais. Estava buscando algum texto do Nei Lopes sobre a morte do Xangô da Mangueira. Para quem é curioso vale a pena a polêmica, que já deve ter virado livro nesta altura do campeonato.
Vá lá:
http://www.overmundo.com.br/overblog/samba-fake-e-samba-de-fato

Xangô da Mangueira se foi!! 07/01/09 - Cimples Ocio

http://www.youtube.com/watch?v=Gdge2HffTn4
Xangô, samba e cultura

A nota oficial da Mangueira é no minimo ridicula. Pelo que fez e viveu a Escola emitir uma simples nota de falecimento com umas linhazinhas. Salve Xangô!!! Estas instituições não respeitam ninguém - vou te contar escola de samba pra mim é um trem que não engulo mais. Piada. Segue texto de um blog que não lembro mais e não consigo localizar para informar a fonte:
Olivério Ferreira, o Xangô da Mangueira, 85 anos, morreu na noite desta quarta-feira, no Hospital de Irajá. Durante anos, ele foi diretor de harmonia da verde-e-rosa.
Por nota oficial, a presidente da Mangueira, Eli Gonçalves, diretoria e segmentos lamentaram profundamente o falecimento do baluarte. O velório será na quinta-feira, a partir das 8h, e o sepultamento às 16h, no cemitério São Francisco Xavier, no Caju.
Sua carreira musicial começou nos anos 50 e reúne mais de 150 composições. No Projeto Pixinguinha, ele cantou com Clementina de Jesus.
Agora um pequeno texto do Claudio Jorge:
"Xangô da Mangueira faleceu estes dias. Xangô era sambista do tempo em que cantar samba era motivo para levar uns tapas da polícia. Ele e tantos outros não deixaram de compor e cantar e graças a essa atitude é que tem um monte de gente adotando, sem o menor constrangimento, o título de sambista, sem terem a menor noção do significado político, ideológico, social, racial e muitas das vezes, religioso desse título.Muitas décadas se passaram desde a juventude de Xangô da Mangueira até agora, mas neguinho, sambista ou não, continua tomando tapas no dia a dia dos nossos tempos modernos."
Cláudio Jorge
www.claudiojorge.com.br

domingo, 11 de janeiro de 2009

Cimples Ócio - aniversarios importantes do mes de novembro

- Alberto Lonato - 08/11/1909 - nascido em Quintino Bocaiuva, suburbio do Rio - faleceu em janeiro de 1999. Tocava pandeiro e compôs sambas inesqueciveis: Não pode ser verdade, gravada por Cristina Buarque; Peixe com coco (parceria com Maceio e Josias e gravada por Clara Nunes); e Sofrimento de quem ama, Esqueça e Você me abandonou (gravadas pela V G da Portela)

Cimples Ócio - aniversarios importantes do mes de janeiro




fotos:
Lamartine Babo dia 10
Xango da Mangueira dia 19
Radames dia 27




1) Davi Nasser - 01/01/1917 - Jaú SP - letrista de muitas marchas e sambas
2) Guilherme de Brito - RJ - RJ - 03/01/1921 - obra prima "A flor e espinho"
- tive o privilégio de estar com ele alguns dias em Curitiba em 2002.
3) Carmen Costa - 05/01/1920
4) Zé da Zilda - RJ/RJ - 06/01/1908
5) Inauguração da loja Ao Bandolim de Ouro - 07/01/1929, a mais tradicional do ramo. Clientes:  Waldir Azevedo, Pixinguinha e Paulinho da Viola.

6) Alcir Pires Vermelho - Ubá/MG - compositor: Canta Brasil, Tic-Tac do meu coração, Onde o céu é mais azul e Laura. Compos com Ary Barroso, Lamartine Babo w Walfrido Silva)
5) Lamartine Babo - RJ/RJ - 10/01/1904
6) Osmar do Cavaco - 10/01/1931 - Caju / RJ/ RJ - Velha Guarda da Portela
7) Sérgio Natureza - RJ/RJ - 13/01/1947 - parceiro de Paulinho da Viola
8) Dia do Compositor - 15 de janeiro
9) Xangô da Mangueira - RJ/RJ - 19/01/1923 - participou do meu aniversario de 2001 - grande ser humano - falecido recentemente.
10) K-Ximbinho - (Sebastião Barros) Taipu - RN - 20/01/1917 - instrumentista/compositor
11) Babaú da Mangueira - 23/01/1914
12) Tom Jobim (RJ - RJ) 25/01/1927
13) Radamés Gnatalli - (POA - RS) 27/01/1906
14) Jota Efegê - 27/01/1902 - pesquisador e jornalista, falecido em 1987.
15) Waldir Azevedo - RJ - RJ - 27/01/1923
16) Lúcio Alves -Cataguases - MG - 28/01/1925 - umas das belas vozes do Brasil
17) Roberto Martins - RJ/RJ - 29/01/1909 - autor de Beija-me (com Mario Rossi), Favela (com Waldemar Silva), Leva meu coração (com Mario Lago)
18) Herivelto Martins - Engenheiro Paulo Frontin / RJ - 29/01/1912
19) Miltinho - RJ - RJ - 31/01/1928 -
20) Ernesto Pires - compositor carioca - 31/01/1957


fontes:
- agenda Música Brasileira 2005 (presente do Dr. Joao Carlos de Freitas) acervo Anildo Guedes
- A canção no tempo - 85 anos de músicas brasileiras - vol I: 1901-1957 - Jairo Severiano e Zuza Homem de Melo -editora 34 - 1997 - acervo Anildo Guedes
- Choro - do quintal ao municipal - Henrique Cazes - editora 34 - 1998
acervo Anildo Guedes

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Cimples Ócio - Samba da Vela e Claudo Jorge

Claudio Jorge - sambista - violão 7 cordas e compositor foto:
Chapinha no Cimples Ocio em 2005

Como não tenho o dom da caneta fácil, de escrivinhar simples e bonito copiei o texto do músico Claudio Jorge sobre o Samba da Vela.
Em março de 2004 trouxe o samba da vela para o Parana, no Cimples da praia. Foi a primeira viagem deles para fora de São Paulo. Combinei com o Magno, fretei um onibus de 44 lugares e veio o pessoal todo - meninas da portaria, cozinheiro, cadernos com os sambas, Chapinha, Paquera, Magno, Maurilio, silêncio, sem plugar nada, poesia, samba. Segue o texto:

Chama Acesa
Cláudio Jorge - Dezembro de 2003
CHAMA ACESA É
pensando em todos os brasileiros amantes da cultura de sua terra que escrevo este texto falando de uma roda de Samba que conheci em Santo Amaro, São Paulo. Dedico este texto a estes brasileiros, que como eu, vivem a angústia do retrato atual da nossa realidade cultural. Depois desta noite, sempre que me referir a este assunto, falarei em cultura brasileira aparentemente ameaçada. Digo aparentemente por conta do que eu vi no "Samba da Vela". Foi animador. Um sopro de felicidade, prazer, esperança, alegria, amizade, uma emoção muito especial enfim.Então caro leitor imagine através destas mal traçadas linhas o lugar e o fato que eu vou lhes contar. Vamos nessa.Segunda feira, 20 horas. Salão central do Centro Cultural de Santo Amaro, São Paulo. Quando se chega por perto já se ouvem as vozes de homens e mulheres cantando um Samba. Cheguei na portaria curioso e animado, pronto para descolar logo uma latinha e cair dentro da roda. Na portaria, uma contribuição de R$2,00 para ajudar na produção, dá direito a um caderno cheio de letras de música. Dou uma olhada rápida, não entendo propósito do caderno e vou em frente. Aí o primeiro choque. Cerca de duzentas pessoas em pé e sentadas em torno de uma mesa e uma vela acesa. Lá, Chapinha, os garotos do Quinteto em Branco e Preto e outros músicos tocavam e cantavam. A cada momento era chamada uma pessoa para ir lá e cantar seu Samba. Aí meus amigos a ficha começou a cair e o bicho pegou.Os caras se encontram para cantar Sambas inéditos. Samba carimbado pelo sucesso não vale. No caderno, que é editado uma vez por mês, estão os Sambas que tiveram mais aceitação pelo público nas semanas anteriores. Todos cantam e aplaudem muito no final. Emocionante. O nível dos Sambas é alto e a faixa etária média é abaixo dos 30 anos. Enquanto a vela estiver acessa o Samba não para e dependendo do clima, que pra minha sorte estava especial naquele dia, o Samba seguiu mesmo com a vela apagada. Fui gentilmente convidado a dar uma canja e quase chorei ao sentir a confirmação do que vi escrito numa faixa ao alto: "O silêncio é uma oração". A atenção para o que é ali cantado é total na primeira vez do Samba, "na volta", já rola até um coro e palmas e, se o Samba for daqueles, o pessoal levanta das cadeiras e sacode a poeira. Pra completar, não há sistema de som, nem serviço de bar. Apenas um pequeno gravador ao lado da vela que serve para gravar os encontros. Se existe um templo do Samba é lá no Samba da Vela. Inacreditável. Emocionante. Maravilhoso e como não podia deixar de ser, invejável.Saímos de lá depois da meia-noite e a grande maioria se manda para pegar o último ônibus para os seus destinos. Os motorizados ou os que perderam a condução, se concentram bar em frente e aí tudo recomeça, só que regado a cervejas e vale cantar o que quiser.Foi um grande presente de natal que ganhei do Mano Heitor, parente do Martinho da Vila que lá me levou. Foi a confirmação de tudo que sempre achei e lá encontrei. Há uma grande juventude brasileira envolvida com a criação e divulgação do Samba brasileiro. Há um Brasil que não aparece no rádio nem na TV. Há uma chama acesa que nunca vai se apagar. É a chama da alma de uma juventude que fala português, toca tambor, cavaco e violão, canta e compõe num estilo altamente sofisticado musical e poeticamente falando.O que eu vi lá em São Paulo foi uma verdadeira manifestação cultural que tem o Samba como objetivo principal. E mais, uma oportunidade que deveria ser imitada por todos que é parar para ouvir Samba. O lucro das bebidas, as gatinhas para paquerar e bate papo enquanto o cara ta cantando, fica lá para o bar que é lugar disso.
fonte: http://www.claudiojorge.com.br/

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domingo, 4 de janeiro de 2009

Cimples Ocio - Ze da Velha


Foto: Em Curitiba out/2008 - com Daniel e Silverio
Ouvia o Zé da Velha há bastante tempo nos discos de choro e samba sem prestar atenção nos intrumentos. Comecei a atentar para os intrumentos de sopro creio que entre 1997/1998 quando ouvi no Hermes Bar em Curitiba o maestro Raul de Barros que era um mero acompanhante do Grupo do Cloves do Violão (7 cordas do Jamelão na avenida). Foi amor a primeira vista. Acabei trazendo o maestro quatro ou cinco vezes para Curitiba. Mas nesta postagem a historia é outra. Também acabei ouvindo outros trombonistas - Zé da Velha foi um deles - e ... paixão desenfreada - depois conheci o ser humano, simples, humilde e sem ele saber me ensinou um monte de coisas sobre a vida, que desabararam em mudanças radicais - profissionais, pessoais. minha relaçao com a música e com a vida. Junto com Seu Argemiro e o Jair do Cavaquinho, ele tem uma parcela considerável da minha mudança de rumo.
E, para quem não sabe quem é o Ze da Velha segue pesquisa sobre o vida do homem:
Segue pequeno historico
ZÉ DA VELHA (José Alberto Rodrigues Matos).
Instr. Aracaju SE 4/4/1942-. Começou a estudar música em escolas particulares. Telegrafista de profissão, recebeu o apelido de Zé da Velha porque, apesar de jovem, tocava trombone de vara no conjunto da Velha Guarda, pouco antes da extinção do grupo em 1958. Em 1965 conheceu Jacó do Bandolim e passou a tocar com ele. Em 1968 aperfeiçoou-se em música com Noeri Mendes, atuando dois anos depois como solista no Conjunto Sambalândia, com o qual fez várias apresentações na antiga República Federal da Alemanha. Em 1971 participou de um espetáculo musical em homenagem a Pixinguinha, realizado no Teatro Municipal, do Rio de Janeiro, transmitido pela TV Globo. No ano seguinte continuou seu aperfeiçoamento musical com Osvaldo de Sousa, com quem estudou de 1973 a 1974. Um ano depois passou a atuar como solista na Orquestra Gentil Guedes, que fez várias apresentações no Canadá. Participou constantemente das reuniões de choro realizadas no bar Sovaco de Cobra, no bairro carioca da Penha, ponto de encontro eventual de chorões famosos como Abel Ferreira, Dino, Joel do Bandolim e outros. Na década de 1990 gravou e tocou com Paulo Moura, Beth Carvalho e Martinho da Vila.









Cimples Ócio - Claudio Camunguelo

Conheci Camunguelo na garage/residencia dele, em Irajá, levado pelo Silverio Pontes na noite de 22 de abril de 2002 (penso). Atravessamos a madrugada, a esposa dele, Silverio e eu. Silverio foi para fazer a alvorada - 6 da manha. Beliscamos, feijoada, rabada e outros cozidos que seriam servidos na festa tradicional que ele promoviano dia 23 de abril - São Jorge. Beliscamos também as historias dos sambas, mulheres, festas da vida do Camunguelo. Muita cerveja - lembro-me de poucas coisas, infelizmente. Foi uma noitada que passou rapido, as 5 e pouco chegaram algumas pessoas. Eu tinha alugado um carro na chegada de Curitiba um dia antes e acabei levando-o para a Igreja da Penha. Foi na frente comigo, fazendo bagunça e soltando fogos. Depois da reza ficou por lá, nas barracas. Eu e Silverio fomos dormir um pouco. Ele tinha apresentação no Sesc Copacabana a noite em comemoração ao Dia Nacional do Choro) e acabei indo buscar o maestro Raul de Barros em Maricá, depois de uma indicação minha a Maria Braga para tentar convencer a produção. Acabei não voltando ao samba do Camunguelo, pois terminamos no Capela e fui levar o maestro para Maricá. Pena!
Depois trouxe o Camunguelo duas vezes à Curitiba - em agosto/2003, foi acompanhando pelo grupo curitibano Ebubu Fulo e em fevereiro de 2004 no Cimples da praia.
Camunguelo, era estivador, muito forte e faleceu prematuramente.
- Segue alguns videos para quem não o conheceu como compositor, sambista, chorão, flautista e partideiro.
http://www.youtube.com/watch?v=T_CgOMU56AM
http://www.youtube.com/watch?v=d8yLGi2nkkA
http://www.youtube.com/watch?v=2_ddEjHCTtQ

Cimples Ocio - Trio Madeira Brasil com Ze da Velha e Silverio Pontes

Ze e Silverio no Cimples Ocio em 15 out 08
Segue roteiro de shows do Trio Madeira Brasil (Ronaldo do Bandolim, Ze Paulo Becker - violão 6 e Marcelo Gonçalves- violão 7) tendo como convidados Ze da Velha - trombone e Silverio Pontes -trompete. Dia 22 de janeiro, em Curitiba show no Teatro da Reitoria compondo os shows da Oficina de Musica na parceria com o Projeto Circular BR.
Time fortissimo!!! Imperdivel. Sem precisar falar muito, musica instrumental com musicos do primeiro time brasileiro. Segue roteiro reenviado pelo Silverio Pontes.

----- Original Message -----
From: Silvério Pontes
To: Anildo Guedes
Sent: Thursday, January 01, 2009 8:08 PM
Subject: Fw: Trio Madeira Brasil - Agenda

----- Original Message -----
From: Trio Madeira Brasil
To: Trio Madeira Brasil - Brasil 5
Sent: Monday, December 29, 2008 12:42 PM
Subject: Trio Madeira Brasil - Agenda
O Trio Madeira Brasil informa sua próximas apresentações:

PROJETO CIRCULAR BR http://www.circularbr.com.br/
Aracaju (SE) 02/01/09 (sexta-feira), 20h
- Trio Madeira Brasil, Zé da Velha e Silvério Pontes
Teatro Lourival Baptista 200 lugares
End.: Rua Laranjeiras, 2037 - Getúlio Vargas Tel: (79) 3179-7550 / 3179-7551 / 8821-3258

Recife (PE) 04/01/09 (domingo), 19h
- Trio Madeira Brasil, Zé da Velha e Silvério Pontes
Teatro Beberibe - Centro de Convenções - 405 Lugares
End.: Complexo Rodoviário de Salgadinho, s/n - Salgadinho
Tel.: (81) 3427-8000 / 3241-9011

São Paulo (SP) 15/01/09 (quinta-feira), 21h
- Trio Madeira Brasil, Zé da Velha e Silvério Pontes
Sesc Ipiranga 250 lugares
End: Rua Bom Pastor, 822 – IpirangaTel.: (11) 3340-2000 / 6215-8418

Porto Alegre (RS) 18/01/09 (domingo), 19h
- Trio Madeira Brasil, Zé da Velha e Silvério Pontes
Teatro CIEE 422 lugares
End: Av. D. Pedro II, 861Tel.: (51) 3231-4142 / (51) 3363-1111

Rio de Janeiro (RJ) 20/01/09 (terça-feira), 19h30
- Trio Madeira Brasil, Zé da Velha e Silvério Pontes
CAIXA Cultural - Teatro de Arena 226 Lugares
End.: Rua Almirante Barroso, 25 - CentroTel.: (21) 2544-4080

Curitiba (PR) 22/01/09 (quinta-feira), 21h
- Trio Madeira Brasil, Zé da Velha e Silvério Pontes
Teatro da Reitoria Universidade Federal do Paraná 700 Lugares
End.: Rua XV de Novembro, 1299 - Centro
Tel.: Fone: (41)3360-5066

Video Trio Madeira Brasil - you tube - musica: Santa Morena

sábado, 3 de janeiro de 2009

Cimples Ócio e samba da vela







Tive o privilegio em março de 2004 de trazer o Samba da Vela completo (leia-se cadernos com os sambas, cozinheiro - canja no final, 44 pessoas).
Fizeram a apresentação no sabado a noite e comemos uma feijoada no domingo, junto com o grupo Bom Partido, V G da Copa Lord, Humberto Araujo e maestro Raul de Barros, alem de diversos musicos de Curitiba.
Relembrando o Samba da Vela, em 2004 tivemos a presença da compositora do Vela, Graça durante a programação do Cimples Praia e do Chapinha no Cimples Ócio em 2005. Para matar as saudades segue um video do You Tube com a musica Coisa comum, do Chapinha, ele mesmo cantando no Centro Cultural de Santo Amaro - SP (não deixem de ver o final - os improvisos muito engraçados), evento que ocorre às segundas.

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Cimples Ócio - calangos, partido alto - livro 500 anos ..


Dia 01 de janeiro 2009 - estou cansado, 10 da noite, acabei de perder um texto de 40 linhas sobre um livro de choro e estava bonitinho. Como prometi a mim mesmo que iria postar algo, segue alguns trechos da introdução do livro, 500 anos:


"Este livro procura apresentar uma sintese de 500 anos de existência da música popular brasileira". . . . do povo, dos indios, dos negros, dos degredados, dos mestiços que verdadeiramente criaram o cateretê, o lundu, a modinha, o tango, o maxixe, a moda caipira, o jongo, o samba, forma sobre as quais os artistas de acesso à midia apoiaram sua arte. Os autenticos criadores ficaram relegados ao esquecimento ...

"Já que mencionamos generos, é bom revelar que também estes foram muitas vezes omitidos".
"Nas etiquetas dos discos de 78 rpm são usadas 54 denominações de sub-genero do samba. É certo que grande número delas é destituido de valor musicológico, como por exemplo: samba semi-filosfico, samba humoristico, samba brejeiro. Mas há um grupo grande de sub-generos perfeitamente caracterizados: samba-canção, samba de breque, samba-choro, samba-exaltação, partido alto, samba bossa nova, samba enredo, pagode (bossa nova, samba enredo e pagode não figuram nas etiquetas dos discos 78 rmp, pois entraram na música midiatica depois da extinção desse tipo de disco)... já que o samba é um elemento central da nosso música popular. Mas o mesmo acontece também, por certo em menor escala mas ainda assim surpreendente, com o genero só hoje consideravel: a música caipira ou sertaneja. Nela os especialistas distinguem, pelo menos: cateretês, cururus, síriris, modas de viola, toadas, lundus, baladas, congadas, folias de rei, calangos, fandangos, canas-verdes, guarânias, rancheiras, valseados, xotes, baiões, xaxados, forrós (19 sub-generos) e outros menos votados.
"Essas gravações serão dadas ao publico juntamente com o presente volume, de que são um complemento até certo ponto indispensavel.
(como comprei um livro numa roda de samba no Rio - não tenho os CD)

fonte: livro 500 anos de Musica Popular Brasileira - MIS / RJ 2001
acervo particular Anildo Guedes